19 julho 2011

Sentada, olhando pro nada, é nessa hora que os meu pensamentos voam numa rapidez quase inacreditável, incansáveis eles percorrem loucamente a procura de tudo e de nada. São como passarinhos sem rumo, alvorossados, percorrem cada detalhe da minha vida - cada pinguinho - e nessa hora nada passa despercebido, eles me fazem reviver histórias, momentos. As vezes eles criam algumas, desejando suprir essa minha realidade, ou melhor a falta dela. Ah, mas esses passarinhos… sinceramente não sei o que seria de mim sem eles. Sempre tão presentes nos meus momentos solitários, nos momentos em que eu mesma me encontro ausente de mim, e me fazem voar com eles. Eu digo, eu grito: “Por favor, parem. Me deixem no chão!” e escutando o eco da minha voz, eu percebo o quão falsas minhas palavras foram. Pois eu quero voar, eu quero sim. “Me levem sim, me façam leve!” dessa vez o eco traz forte todo o desejo e a ânsia que as minhas palavras continham.
Eles sempre insistem em voar alto, longe. E assim carregam todo meu ser com eles. Levam minha presença, meu coração, minha alma. E deixam vagando por ai, solitários,toda a minha angustia, as minhas tristezas e meus tormentos. Mas de repente um impulso me traz de volta, e foram os meus olhos ao piscarem. E eu me vejo já com os pés no chão, e já posso me sentir pesada. Mas mesmo assim eu não desanimo, porque por mais que a vida me diga não, eu sei que eu tenho esses breves momentos em que eu posso tudo, posso voar, posso ser leve, posso deixar tudo que eu quiser pra trás, esquecido. Eu sei que os meus pensamentos - sim, eles mesmos, os passarinhos - sempre me faram leve, e por mais irreal que seja eu não me importo, porque eu sei que com eles eu posso voar longe e sem limite algum.

Nenhum comentário:

Postar um comentário